Buenos Aires foi a minha primeira viagem internacional e também a primeira com minha família, então eu tava bem feliz e animada. A gente chegou na capital argentina por volta de 12h de 31 de agosto e fomos direto para o hotel fazer o check-in e nos organizar.
Como o aeroporto onde chegam os voos do Brasil fica em Ezeiza, bem distante do centro de BA, eu reservei um táxi pela internet antes mesmo de embarcarmos pra já ficar tudo certo. Apesar do Uber não ser legalizado na Argentina, o aplicativo funciona lá mesmo assim e também poderia ser uma opção, mas estava com minha família e não quis arriscar depender da internet do aeroporto.
Ainda era inverno, e fazia muito frio. 8ºC, anunciou o comandante assim que o avião pousou. O vento gelado não dava trégua e foi nesse clima que chegamos no hotel, pegamos um mapa e partimos em busca de um lugar para almoçar. Sim, você não leu errado: um mapa. Não consegui ativar os sete dias de internet fora do Brasil que o nosso plano da Vivo nos dava direito, mesmo confirmando com uma funcionária antes da viagem. Fiz tudo direitinho e não pegou de cara, mas não desisti, só adiei um pouco a tarefa. Por enquanto o mapa ia ter que servir.
Como ficamos hospedados na Recoleta, um dos principais locais que tanto eu como a Jess queríamos muito visitar era a Livraria El Ateneo Grand Splendid, e foi rumo a ela que tentamos ir logo depois de comer. Foco no tentamos, porque foi um desastre e eu definitivamente sou uma péssima leitora de mapas à moda antiga, então parti pro plano b: botar o espanhol pra jogo e pedir informação.
A gente não percebe o quanto falamos rápido até ouvir alguém falando em outro idioma. Precisei perguntar a três pessoas diferentes, cruzar informações e finalmente me localizar, hahaha. Mas deu certo, e depois de nos perder um pouquinho, lá estava ela em toda a sua glória. ♥
Felizmente conseguimos voltar para o hotel sem muito drama, mas estávamos bem cansados da viagem e acabamos dormindo. O que acabou sendo bom, porque no dia seguinte estava todo mundo mais que preparado pra começar a explorar essa capital linda que é Buenos Aires.
Logo após o café da manhã, voltei novamente minha atenção para a internet no celular, porque a gente ia precisar dela pra conseguir visitar os locais que queríamos. Finalmente consegui, depois de fuçar bastante e fazer coisas aparentemente inúteis, tipo reiniciar a rede (juro que foi isso que fez funcionar).
Mesmo para quem não possui um plano no Brasil que dê direito a internet internacional, usar o celular na Argentina é relativamente simples. Basta comprar um chip e fazer a recarga que desejar nos vários kioskos que tem espalhados pela cidade. Eu fiz isso na minha segunda vez por lá e deu super certo: comprei um chip da Moviestar e fiz uma recarga para 7 dias numa farmácia, porque o sistema dos kioskos estava fora do ar. O chip custou 50 pesos e a recarga, 100 (cerca de R$15, em janeiro de 2019).
Recoleta, Buenos Aires, Argentina
1º de setembro de 2018
Já com internet, fomos caminhando em direção ao Cemeterio de la Recoleta e a ideia era seguirmos até a Floralis Generica e a Facultad de Derecho a pé mesmo, mas nos arredores do Cemeterio acabamos fechando um city tour para o dia inteiro, o que facilitou bastante já que meus pais não são muito aventureiros e não queriam arriscar o transporte público – essa experiência ficou para a minha segunda vez na Argentina, que é assunto para posts futuros.
A primeira parada foi mesmo a Floralis Generica, também conhecida como Flor de Aço e um dos principais cartões postais de Buenos Aires. Ela é muito fotogênica, mas ainda mais impressionante ao vivo. A escultura é programada para abrir ou fechar as pétalas de acordo com a hora do dia (e acredito que de acordo com o clima também) e naquele dia elas estavam fechadas.
O lugar é lindo, cheio de verde e energia boa. Ficamos um tempinho tentando registrar tanta beleza – em fotos e com nossos próprios olhos. Só então fomos andando até uma pequena ponte que fica ao lado da Facultad de Derecho e permite uma vista privilegiada da avenida onde estão esses pontos turísticos. Dá várias outras fotos lindas!
Ali pertinho, em frente à faculdade, também está localizado o Museo Nacional de Bellas Artes, um prédio rosa e imponente. Vale a visita para quem está com tempo disponível, especialmente porque a entrada é gratuita! Nós fomos lá no nosso último dia de viagem, enquanto matávamos tempo até a hora de pegar o táxi para o aeroporto e foi muito legal. ♡
Plaza de Mayo, Buenos Aires, Argentina
1º de setembro de 2019
Depois de uma rápida parada pela região do Teatro Colón e pela Avenida 9 de Julio para dar uma olhadinha no Obelisco, fomos até a Plaza de Mayo, onde fica a Casa Rosada e a Catedral Metropolitana de Buenos Aires. Por ali também é onde termina a Feria de San Telmo todos os domingos, e deve ficar ainda mais cheia nesses dias.
Teatro Colón
Arredores do teatro
♥
A Plaza de Mayo ficou mundialmente conhecida por causa da Associação Las Madres de la Plaza de Mayo, em que várias mães que tiveram seus filhos desaparecidos ou assassinados durante a época da ditadura militar argentina se organizaram em passeatas em frente à Casa Rosada, que é a sede do governo argentino, para exigir e tentar descobrir o que aconteceu com seus filhos. Atualmente elas continuam em atividade, realizando as passeatas semanalmente às quintas-feiras no mesmo local.
Queria muito ter estado por lá em uma quinta pra vivenciar esse movimento, que é muito importante e realmente causou algum impacto na sociedade argentina.
Nossos próximos destinos foram o Caminito, no bairro La Boca, e Puerto Madero, que é a parte mais nova e moderna da cidade. No Caminito o assédio aos turistas é algo inimaginável de tão grande, muitos inclusive já chegam falando em português (e alguns deles são mesmo brasileiros) para oferecer passeios, shows de tango e tudo o mais. A gente sempre desconversava ou dizia que já tínhamos ido – e quando isso acontecia eles vinham puxar conversa, perguntar de onde éramos e essas coisas.
Lá tem muitas lojas de lembrancinhas e achei um dos lugares mais baratos. Na que fomos comprar as nossas, um dos vendedores era brasileiro, estava lá em Buenos Aires há uns três meses e puxou o maior papo com a gente. Até perguntou se eu fazia vídeos pro youtube quando me viu com a câmera (bem que eu queria, hahaha).
Já Puerto Madero nesse quesito é uma tranquilidade. Também tem muita gente tirando fotos por todos os lados, mas a vibe é diferente, mais calma. O Franco, o nosso guia, disse que é uma das áreas mais seguras de Buenos Aires, até mesmo durante a noite e a madrugada. É lá onde fica a Puente de La Mujer e vários restaurantes – deve ser um ótimo lugar para ver o tango argentino.
Puedes vivir sin nosotras mujeres?
Esse painel nos deu as boas vindas assim que descemos do carro. Eu achei simplesmente incrível e dei um jeito de fotografar pra registrar algo que parece tão simples e sutil, mas que é tão poderoso. Poder. Placer. Propiedad. Empatia. Independencia. Duda. Creencia. Tantas coisas que permeiam a existência de nós mulheres nesse mundo.
Puerto Madero deixou a melhor impressão possível e teria sido muito legal se tivéssemos tido a chance de voltar lá. Não deu (pelo menos não nessa viagem), mas tenho tudo guardado aqui comigo. ♥
Depois de lá, passamos rapidinho pelos Bosques de Palermo, passeamos pelo El Rosedal e comemos um churros maravilhoso numa barraquinha das redondezas. Não tirei muitas fotos, estava cansada e só aproveitei aquela lindeza de lugar. Não tinha como o dia terminar melhor – e ainda tínhamos mais dois pela frente.
♡