O mundo lá fora

Essa semana fez um mês desde a última vez em que eu saí de casa. Dentre as várias coisas que eu poderia fazer nesse momento, escolhi focar minhas energias em voltar a escrever nesse blog e em ler os vários livros que acumulei ao longo dos anos – e tem funcionado por enquanto.

Março foi um mês que começou e terminou de maneiras muito distintas. Nos primeiros dias ainda tínhamos aquela sensação de normalidade ao sair de casa, ao encontrar amigos e ao viver. Mas é engraçado como as coisas podem mudar de uma hora para outra e aqui estamos (quase) todos, sem poder sair e ver o mundo lá fora.

Alguns dias são melhores que outros, mas em um geral a ansiedade não tem dado uma trégua por aqui – o principal motivo pelo qual eu resolvi voltar minha atenção para a escrita e a leitura e esquecer todo o resto. O período que estamos vivendo é cheio de incertezas e nesses momentos é importante colocar as coisas em perspectiva.

Sinto falta de sair, por mais que goste e esteja acostumada a ficar em casa. Sinto falta de uma tarde na praia com minha irmã, fotografando ou simplesmente sentindo o vento no rosto. Sinto falta das minhas amigas e de jogos de futebol. Sinto falta de muitas coisas, e percebi que sentia falta delas antes mesmo disso tudo acontecer.

Abril chegou, e com ele a sensação de que nem tão cedo as coisas vão melhorar. Então o que resta é seguir, cada dia de uma vez, fazendo coisas que ajudam a deixá-los mais leves. Comecei um curso gratuito de francês e divido meus dias entre ver as aulas e descobrir músicas no idioma. O curso de italiano tá nos planos também, desde que ressurgiu em mim a vontade de retomar os estudos dessa língua tão linda.

Estou lendo três livros no momento: Comer, rezar, amar, que peguei emprestado com a Lis e fala sobre viagens – um assunto que eu tanto amo e que me deixa com saudades; Filha da Floresta, uma fantasia escrita pela Juliet Marillier que estava há um tempinho por aqui; e Change of a dress, um livro infantojuvenil curtinho que eu estou lendo simplesmente pra manter contato com o inglês. Essa semana também finalizei História do novo sobrenome, da Elena Ferrante, o segundo da tetralogia napolitana que é incrivelmente bem escrita e tem personagens tão reais que poderia ser eu e você.

Não consigo ler apenas um livro por vez já faz um tempo. Minha mente é inquieta e dispersa demais, e preciso ficar alternando entre as histórias pra me manter entretida, mas é algo que já consegui me acostumar. Também preciso constantemente ouvir música, e a minha favorita da vez é As Luzes, do Cícero. Simplesmente não consigo parar de ouvir e acho que vai continuar assim por mais um tempinho.

Pretendo voltar aqui daqui a um tempo para falar que tudo está bem, que a vida não está mais de cabeça para baixo, mas no momento que escrevo isso sei que não vai acontecer. Pelo menos não tão cedo.

São muitas questões acontecendo, e não só externas. Mas já fico feliz de ter novamente um cantinho pra onde voltar. ♥

"vejo você, me vejo em casa
nesse lugar...
vejo você, chego em casa..."

se você gostou, compartilhe!

jennifer maccieira

escrito por

jennifer

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

últimos posts

França

sentimentos parisienses

Já ouvi dizer que Paris é um sonho — eu digo que Paris é real. Não apenas porque estive lá; mas porque, assim como tudo

leia mais...

ruína y leveza

Em um dia desses, passeando pelo blog da Luísa, o Janelas Abertas, me deparei com um post listando alguns livros que falam sobre viagens. Logo

leia mais...
newsletter

além mar

escrita, literatura e viagens direto na sua caixa de entrada

© 2023 uma reescrita • amor e palavras | todos os direitos reservados

blog desenvolvido por afluir digital