Escadaria da Facultad de Derecho em Buenos Aires

Feria de San Telmo e os estádios porteños

No dia 2 de setembro, a gente acordou cedinho e partiu rumo à Faculdade de Direito tirar umas fotos na escadaria, já que não tínhamos feito isso no dia anterior. Amanheceu super frio e parece que lá no alto dos degraus venta ainda mais, porque eu tirei essas fotos enquanto congelava. Minha cara não me deixa mentir.

Logo depois das fotos, fomos voltando lentamente para perto do hotel, para decidir para onde iríamos e o que faríamos. E ao passar pelas redondezas do Cemitério da Recoleta novamente, nos veio a ideia.

Buenos Aires, Argentina
2 de setembro de 2018

Eu, minha irmã e meu pai somos apaixonados por futebol, esse é um fato incontestável. Por esse motivo, nós queríamos muito conhecer os famosos estádios porteños, já que a Argentina é um país com uma cultura futebolística muito gritante, parecido como é no Brasil. Foi aí que meu pai decidiu contratar o Franco novamente, nosso guia do dia anterior e torcedor fanático do Club Atletico Independiente – e assim começou a nossa aventura do dia.

A primeira parada foi o Estadio Monumental Antonio Vespucio Liberti, ou apenas Monumental de Núñez, como é mais conhecido. Nem preciso dizer aqui que ele é incrível – literalmente monumental. Com capacidade para cerca de 66 mil torcedores, é o estádio do River Plate e também o maior da Argentina, localizado em Belgrano (não, não fica em Núñez, mas é pertinho!). É um pouco longe dos principais bairros turísticos de Buenos Aires, mas pra quem gosta de futebol vale muito a pena ir vê-lo de perto, por toda a história e representatividade.

Aliás, quem aí já assistiu ao filme argentino El Secreto de Sus Ojos e lembra daquela cena de perseguição nas suas arquibancadas? É muito incrível estar em um lugar que a gente já viu de tantas formas pela TV! Nós não entramos, isso fica pra uma próxima, mas só de ver de pertinho toda a grandeza da construção já valeu.

Já tínhamos passado pela frente do La Bombonera no dia anterior, antes de ir ao Caminito, então a parada seguinte foi Avellaneda, uma cidade da área metropolitana da Grande Buenos Aires – e também o lugar onde estão localizados, a apenas 300 metros de distância um do outro, os estádios do Independiente e do Racing. Sim, isso mesmo, você não leu errado: os estádios de dois clubes rivais estão localizados a cerca de apenas trezentos metros de distância um do outro! Eu fiquei totalmente chocada quando o Franco nos contou e, logo depois, mostrou.

É inacreditável que isso funcione, especialmente quando estamos falando de futebol e Argentina – mas funciona. É claro que os times não devem jogar nunca no mesmo dia, isso seria mais loucura ainda. O Estádio Libertadores de America, o do Independiente, me conquistou bem mais por toda a construção imponente e pelo fato de ser tudo em vermelho e branco, as cores do CRB (também conhecido como o melhor e maior time de Alagoas). ♥

A sede do Racing Club, por sua vez, se chama Estádio Presidente Perón e é uma construção circular toda em azul clarinho e branco. Enquanto nos levava até lá, o Franco comentou que lá na Argentina pronunciar o nome Racing em voz alta significa mala suerte. Super imparcial, como podem ver, hahaha.

Estava rolando jogo do Racing no momento que fomos, o que deixou a experiência mais completa, de certa forma. Nós não entramos, claro, mas só de estar ali sentindo toda a vibração de uma torcida apaixonada já foi suficiente pra tornar tudo mais incrível e real. Fiquei imaginando como deve ser assistir a um jogo em qualquer um desses estádios. Quem sabe um dia?

San Telmo, Buenos Aires, Argentina
2 de setembro de 2018

De volta à capital, fomos direto para a Feria de San Telmo. Aos domingos, a feira se estende por toda uma avenida e termina em frente à Plaza de Mayo, onde fica a Casa Rosada e também a Catedral Metropolitana de Buenos Aires. Por lá, a gente encontra barracas vendendo todo o tipo de quinquilharia possível, além de muitas lojas de doce de leite. É um lugar extremamente turístico e por onde andávamos, ouvíamos pessoas falando em português – quase me senti na Feira Benedito Calixto de São Paulo.

Na lugar onde compramos nossos doces de leite, assim que nos aproximamos do caixa o moço nos olhou e foi logo perguntando: “English? Español? Português?”, em meio a um sorriso. A loja se chama La Casa del Dulce de Leche, é bem conhecida e vive lotada, especialmente aos domingos. Tem mais de uma ao longo da feira e é super fácil de achar: tem uma estátua de vaquinha bem na frente! Na porta também tem alguns doces para experimentar, assim como no interior da loja. Vale a pena ir lá mesmo que não tenha interesse de comprar, só pelas degustações, hahaha.

O legal da feira é mesmo ir andando devagar, observando os produtos – muitos deles feitos à mão – e a arquitetura do bairro. San Telmo é um dos lugares mais charmosos de Buenos Aires. Tem um ar meio antigo e largado, diferente da Recoleta, onde tudo parece perfeitamente organizado. Talvez eu tenha sido influenciada pela leitura do livro O amor segundo Buenos Aires, mas estar lá em San Telmo é um pouco diferente dos outros bairros turísticos. Para mim, foi um dos lugares onde mais eu senti aquela sensação de é isto, eu estou em Buenos Aires. E não existe nada melhor quando se está viajando.

Comprei uma plaquinha para colocar na parede e alguns caderninhos enquanto andávamos algumas quadras em busca do banquinho com a estátua da Mafalda. Chegando lá, a realidade: a fila estava imensa. Nos conformamos que não ia dar pra tirar foto, porque estávamos cansados e com muito fome àquela altura. Então, se paciência não é o seu forte, vá em busca da Mafalda em qualquer dia que não seja o domingo! A estátua é uma gracinha ♥

Esse senhor cantando Carlos Gardel no meio da feira: só amor

La Boca, Buenos Aires, Argentina
3 de setembro de 2018

Se enganou quem pensou que nosso tour pelos estádios argentinos havia acabado. Nós já tínhamos passado em frente à casa do Boca Juniors, sim, mas ele foi o nosso escolhido para entrar e conhecer o interior, então voltamos lá no quarto dia da viagem.

A noite anterior acabou em pizza, literalmente. O objetivo dessa viagem era mesmo aproveitar os dias ao máximo e descansar – e economizar – à noite, mas escolhemos um diazinho para ir comer nas redondezas e logo depois voltamos ao hotel para dormir e acordar cedo no dia seguinte. Foi assim que, no dia 3, depois de uma passada rápida no shopping Recoleta Mall para trocar dinheiro – não é o local ideal, a cotação não é das melhores, mas pra gente valeu a pena por estar localizado a apenas algumas quadras do hotel -, nós fomos parar novamente no bairro La Boca.

O Estádio Alberto J. Armando, o famoso La Bombonera, tem capacidade para 49 mil torcedores e abriga o Museo de La Pasión Boquense, onde acontecem os tours. A categoria que escolhemos dava acesso a apenas uma parte da arquibancada – a que fica mais próxima do campo. É muito incrível o quanto é realmente pertinho! Deve ser uma experiência única assistir um jogo ali. O museu tem várias áreas, que mostram a trajetória do time e de seus jogadores.

Jess e a réplica da Taça Libertadores ♥

Estávamos quase todos uniformizados com a camisa do CRB para fazer esse passeio – só eu não estava, porque esqueci de colocar a minha camisa na mala, mas dei um jeito de representar com o cachecol. E foi por estarmos caracterizados que uma das situações mais inacreditáveis e divertidas da viagem aconteceu: assim que colocamos os pés para fora do museu, o hino do nosso time começou a tocar super alto na rua. Eu fiquei numa mistura entre achar que estava louca e ouvindo coisas na minha cabeça e tentar entender de onde vinha o som.

Quando finalmente conseguimos identificar e olhamos na direção da loja de lembrancinhas responsável por aquele feito, os funcionários sorriram e acenaram, e a gente decidiu ir lá falar com eles pessoalmente – e de quebra comprar as lembrancinhas que faltavam. Depois daquilo eles mereciam, né? Nosso time é daqui de Alagoas e não está na série A do Brasileiro, então quando começamos a ouvir o hino realmente não acreditamos que era real, que a gente estava em frente ao estádio do Boca Juniors ouvindo o hino do Galo! Foi, de longe, uma das melhores partes da viagem e a gente ficou super feliz.

Um dos moços que colocou pra tocar nem argentino era – e sim um colombiano que conhecia e acompanhava o futebol do Brasil. Na loja eles tinham inúmeros acessórios de vários times brasileiros e o CRB era um deles.

Como você é maravilhosa, Argentina.

Ao remo, pois nosso norte
De glórias, traçado está… ♥

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jennifer maccieira

escrito por

jennifer

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